quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

#PegaAê - Um livro em forma de caixinha

Essa é uma coluna que irá trazer indicações de livros bem diferentes, inusitados, funcionais etc

Gente, por essas minhas andanças achei uma coisa bem interessante, na verdade foram mais de uma.
São essas caixinhas:


Achei bem legal e descontraída a ideia do autor de livros e criador da Matrix Editora Paulo Tadeu.

Paulo Tadeu em entrevista a Revista Veja Entrevista
Uma ótima opção para descontrair, trazer para perto os amigos e conhecer novas pessoas.
Recheado de perguntas interessantes, essas caixinhas ao passo que nos fazem rir trazem em si um quê de reflexão e exigência de um maior conhecimento de nós mesmos.
As surpresas com nossas respostas e as dos demais participantes nos instigam a cada vez mais indagar e conhecermos o que nos forma e compõe.
E pode acreditar que de uma única pergunta levanta-se mais outros aspectos e formação de outras mais questões.
Seguem algumas perguntas propostas pelos criadores:


O QUE VOCÊ FARIA?
>> Se ganhasse um beijo de um(a) desconhecido(a)?
>> Se ganhasse $50 mil?
>>Se tivesse o poder de mudar uma característica de seu melhor amigo, e o que seria?


NOVO PUXA CONVERSA
>> Você acha que as novelas prejudicam a formação das crianças?
>> Qual foi a coisa mais idiota que você já disse?
>> Se pudesse ficar invisível agora e xeretar a vida de alguém, quem seria?


CONVERSE COM DEUS
>> Como você define Deus?
>> Que presente você gostaria de receber agora de Deus?
>> O que é a verdade para você?

A editora traz muitos outros títulos em diferentes assuntos. 
Por exemplo:

GERADOR DE HISTORIAS DIVERTIDAS
 clique aqui  

PAPO TEEN: 100 PERGUNTAS PARA TER ALTAS CONVERSAS COM QUEM VOCÊ QUISER

A FANTÁSTICA FÁBRICA DE SONHOS PARA CRIANÇAS

Ideal para dinâmicas, educadores, a dois... de todo jeito. 

Onde encontrar:

As minhas caixinhas eu encontrei em São Paulo na mega livraria Cultura e a 'Converse com Deus' na Saraiva do shopping Morumbi em São Paulo.
Paguei em todas o valor de R$ 32,00 cada.
Pode ser encontrada mais barato na Livraria Travessa clique aqui ou até mesmo na Livraria Saraiva

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Ele voltou!!!

Olá leitores,
depois de muito tempo sem postar estou aqui para informar que o Orbi Litterario, nosso canal de conhecimento e intimidade com livros, voltou.
Senti muita falta de ter esse contato próximo com vocês, porém minha mudança de estado foi bastante complicada, demorada. Enfim, continue conosco e esteja a par de tudo de novo que temos a oferecer.
Inscreva seu e-mail no blog ou se preferir, acesse a página do blog no facebook clique aqui
Obrigada por tudo! ;D

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

#BoraResenhar - Política para não ser idiota

Sinopse:

Devemos conclamar as pessoas a se interessarem pela política do cotidiano ou estaríamos diante de algo novo, um momento de saturação do que já conhecemos e maturação de novas formas de organização social e política? Este livro apresenta um debate inspirador sobre os rumos da política na sociedade contemporânea. São abordados temas como a participação na vida pública, o embate entre liberdade pessoal e bem comum, os vieses de escolhas e constrangimentos, o descaso dos mais jovens em relação à democracia, a importância da ecocidadania, entre tantos outros pontos que dizem respeito a todos nós. Além dessas questões, claro, esses pensadores de nossa realidade apontam também algumas ações indispensáveis, como o trabalho com política na escola, o papel da educação nesse campo, como desenvolver habilidades de solução de conflitos e de construção de consensos. Enfim, um livro indispensável ao exercício diário da cidadania. 


Minha experiência:

Bem, a resenha é sobre o livro "Política para não ser idiota".
Nesse vemos através de uma conversa - na verdade um debate, que flui de maneira natural, sem uma ostentação intelectual, muito pelo contrário, de cunho esclarecedor, sobre o que permeia o mundo político, nosso papel na sociedade, o que significa essa palavra para nós e como devemos nos portar. 
Chama todos à responsabilidade. 
Linguagem acessível e passagens repetidas para fácil entendimento do leitor. Didático como toda aula de um bom mestre, no caso mestres (Mario Sergio Cortella e Renato Janine Ribeiro)
Há passeios pela história da humanidade e comparações que não desvalorizam e nem apontam defeitos com o intuito de desmerecer um possível adversário e ganhar vantagem sobre a deficiência e erros dele. Antes, nos ensina a avaliar e entender que não são os confrontos que movem a política, à qual se aplica não só nas eleições, mas na maneira que me porto, como lido com as pessoas. E incentiva o conflito para que seja usado de maneira proveitosa, direcionado a um bem comum, afinal a intenção não é que alguém ganhe tudo e o outro fique com o nada.
Propõe-se a dar referência e faz com louvor, nos torna próximos daquilo que nos compõe, da história de um passado que muitos desconhecem.


Outra sugestão:

Uma aula em que o Cortella fala sobre os mesmos aspectos que se apresenta no livro, explica as origens das palavras (etimologias), nos fundamenta, enraíza nosso conhecimento:


Onde encontrar:


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Abre Aspas: - Segredos do Amor

Trechos das páginas  90-93  do livro "Retratos de Amor"
Título original: As mil e uma noites


(Leia a resenha do livro clique aqui)

O ouvido é feminino, vazio que espera e acolhe, que permite ser penetrado. A fala é masculina, algo que cresce e penetra nos vazios da alma.

O corpo é um lugar maravilhoso de delícias. Mas todo amor construído sobre as delícias do corpo tem vida breve. A chama se apaga tão logo o corpo tenha esvaziado do seu fogo. O seu triste destino é ser decapitado pela madrugada: não é eterno, posto que é chama.

Uma pessoa é bela, não pela beleza dela, mas pela beleza nossa que se reflete nela...

O amor vive neste sutil fio de conversação, balançando-se entre a boca e o ouvido.

O segredo do amor é a androgenia: somos todos, homens e mulheres, masculinos e femininos ao mesmo tempo. É preciso saber ouvir. Acolher. Deixar que o outro entre dentro da gente. Ouvir em silêncio. Sem expulsá-lo por meio de argumentos e contra-razões. Nada mais fatal contra o amor que a resposta rápida. Alfange que decapita. Há pessoas muito velhas cujos ouvidos ainda são virginais: nunca foram penetrados. E é preciso saber falar. Há certas falas que são um estupro. Somente sabem falar os que sabem fazer silêncio e ouvir. E, sobretudo, os que se dedicam à difícil arte de adivinhar: adivinhar os mundos adormecidos que habitam os vazios do outro.

Aqueles que se dedicam à sutil e deliciosa arte de fazer amor com a boca e o ouvido (estes órgãos sexuais que nunca vi mencionados nos tratados de educação sexual...) podem ter a esperança de que as madrugadas não terminarão com o vento que apaga a vela, mas com o sopro que a faz reacender-se.

#BoraResenhar - Retratos de amor

Gente, o "#BoraResenhar" é uma coluna que traz a resenha de algum livro do autor do  mês ou qualquer outro que desperta interesse.

#DICA: ótimo opção de presente.
Você pode colocar uma foto na capa.


Sinopse

Como diz o autor na apresentação do livro: ´é mais fácil amar o retrato. Eu já disse que o que se ama é uma ´cena´. ´Cena´ é um quadro belo e comovente que existe na alma antes de qualquer experiência amorosa. A busca amorosa é a busca da pessoa que, se achada, irá completar a cena. Antes de te conhecer eu já te amava... E então, inesperadamente, nos encontramos com o rosto que já conhecíamos antes de o conhecer. E somos então possuídos pela certeza absoluta de haver encontrado o que procurávamos. A cena está completa. Estamos apaixonados´.

Minha experiência:

Um livro lindíssimo, sensível e que traz muita sabedoria nos conselhos que se apresenta. Trata o amor com uma verdade que não machuca, ensina ser otimista sem que isso nos torne vulneráveis. Apresenta como o amor se manifesta em diversos tempos e como é possível amar além dos nossos sentidos mais ofegantes e carnais. Ensina a nutrir o que realmente importa e permanece. Sua doçura cria novos finais de histórias e nos faz enxergar que é possível reinventar o nosso.
Trata do retrato, o que a imagem estática representa e como, muitas vezes, amamos mais aquilo que está ali sem ar.
Leitura fácil e envolvente! Como de costume, os livros de Rubem Alves nos coloca íntimos do autor, tudo discorre como uma conversa com um amigo chegado.


Onde encontrar:

Melhor Preço até o momento:
Corre lá!

Informações adicionais:

Páginas: 110
Edição: 4ª
Editora: Papirus Editora

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Sabe de onde vem? - A voz do povo é a voz de Deus


A expressão do latim vox populi, vox Dei, traduzida quase literalmente. Há milênios o povo simples considera que o julgamento popular é a voz de Deus. Tal crença tem raízes na cultura das mais diversas procedências. Tudo começou em Acaia, no Peloponeso, onde o deus Hermes se manifestava em seu templo do seguinte modo: o consulente entarava, fazia a pergunta ao oráculo, depois do que tapava as orelhas com as mãos e saía do recinto. As palavras errantes ditas pelos primeiros transeuntes seriam as respostas divinas. Perguntava-se a um deus, mas era o povo que quem respondia.
No Brasil, um instituto de pesquisa de opinião pública Vox Populi e foi um dos primeiros a prever a vitória de Fernando Collor nas eleições presidenciais de 1989 por larga margem. Curiosamente, não previu seu afastamento. Teria faltado a vox Dei?

Fonte: De onde vêm as palavras - 2ª edição - Deonisio da Silva - Editora Mandarim
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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

#PegaAê - Sebastiana Quebra Galho

Essa é uma coluna que irá trazer indicações de livros bem diferentes, inusitados, funcionais etc




A dica de hoje é muito boa. Como próprio nome diz quebra um galho mesmo. Na hora do "desastre" nem sempre temos por perto algo que possa nos socorrer. Esse é, sem dúvida, um ótimo guia.
São dicas curtas, divertidas para todo mundo que precisa de uma ajudinha quando o assunto é beleza, conservação de alimentos, roupas, tapetes, limpeza de objetos metálicos, conservação de sapatos... Muita coisa mesmo.

Morar sozinho, divorciar, dividir apartamento... Tudo parece um problema quando não temos a menor idéia de como funciona um casa. Lavar, passar, trocar, solucionar, enfim, qualquer verbo que nos lembre tarefas domésticas faz arrepiar. Para homens e mulheres que não abrem mão do mais cobiçado estado civil do planeta, certas coisas parecem impossíveis de serem feitas. Arroz soltinho e roupas brancas, por exemplo, são duas delas.
A solução é simples e dada por uma dona-de-casa expert em soluções rápidas para o dia-a-dia: nada escapa aos ensinamentos de Nenzinha. Bolor, marca de dedo, página grudada, gordura, tinturaria, faxina, primeiros-socorros. Com ele, tudo tem solução eficaz quando o assunto é o lar.

#PegaAê algumas dicas:

Dica para camisas brancas: Se o punho e golas estão encardidos, antes de serem lavadas esfregar as partes manchadas com um pedaço de sabão de coco enxuto. Deixe assim ficar por alguns minutos. Mergulhe então as camisas, de uma só vez, na água com detergente e termine de lavá-las normalmente. No calor, na hora de usar a camisa branca, passe um pouco de talco no lado de dentro dos punhos e dos colarinhos. O talco, absorvendo o suor, evitará que este grude na camisa.

Manchas de gordura nas roupas: Se algum tecido ficar com manchas de gordura, experimente colocar um papel absorvente embaixo da mancha e passar com ferro bem quente.

Ovos frescos: Para verificar se o ovo está estragado, coloque-o dentro de um livro de água salgada; se vier à tona, pode jogar fora; se permanecer no fundo, use-o sem susto.

Limpar pentes e escovas: Para lavá-los deixe-os por algum tempo mergulhados em bastante água morna com algumas colheres (sopa) de bicabornato de sódio, ou uma solução de água fria (1 copo e meio) com amônia (1 colher de sobremesa). Esfregue-as e lave em água corrente.

Toalhas de banho ficam sempre macias se forem enxaguadas em água com um pouco de vinagre e não forem passadas a ferro.

Se for usar apenas algumas gotas do limão , não há necessidade de cortá-lo, basta fazer um furo com um palito e espremer. Depois, é só “obturar” com um pedaço do próprio limão.

Batom – Para passar batom nos lábios com mais facilidade, fixando-o melhor, deixe-o antes de usar por alguns minutos no congelador, ou algumas horas na geladeira.

Se o couro do sapato for duro amacie-o esfregando um pano embebido em azeite.


Onde encontrar:

Livraria Saraiva em lojas físicas e pela internet - Compre Aqui

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

LIVROS GRÁTIS


Quer ganhar livros?

Então fique sempre ligado no blog porque todo finalzinho de mês o Orbi Litterario fará sorteios de algum livro do "Autor do Mês" e mais alguns com títulos sortidos. Não perca!

Como participar?

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Fonte da imagemclique aqui


#Mitou - Top 10 Revista Veja e The New York Times

Confira nessa coluna os livros que estão em destaque no Brasil e nos EUA.
Semana 08-14/ Setembro



Falando sobre - Consumismo

Gente, essa é uma coluna que falará de diversos assuntos, alguns polêmicos outros somente para reflexão.
A intenção é buscar maior dados e ver como coisas do passado ainda se fazem presente no meio de nós.


O capitalismo tem lá suas particularidades e implicações, por exemplo, o consumismo. 
O consumismo desenfreado sorve as pessoas. Sim, digo devoradas porque sem demorar elas são ruminadas, envoltas pelas consequências do ato, que  muitas vezes é impensado, e depois digeridas, excretadas na lama fazendo sussurrar os ais no fundo do poço que se encontra.

O indivíduo que tem o costume de ceder aos seus caprichos motivado pela situação que vive
 (seja ela boa ou ruim), por sempre se achar merecedor ou querer preencher o vazio, chega ao ponto de ter só isso para oferecer, querer comprar amor, respeito e consideração.

Impressiona saber o que substituiu a moeda de troca; a permuta: presentes, favores sendo negociados com lugar na vida de alguém. 
O desesperado apela com o que o compõe e diz:
Aceite meus mimos e ceda-me o espaço que eu quiser em sua vida, suas opiniões avalie bem, pois pode me ofender, aceite que eu sou mimado e fútil, com a verdade eu não sei lidar. Esse papo de personalidade é careta demais, suas defesas guarde para os outros.
Algum sabido já disse que cada um dá o que possui, pena que seja tão pouco comparado a uma vida e a conquista de sentimentos, que valem tanto, ou melhor em valor não se pode estimar.
Sentimentos nos vivifica e perduram, cultive-os. No lugar de querer compensar sua pequenez de alma e limitação de caráter -  procure ser do que oferecer a possibilidade de um 'ter' vazio, um ter que às vezes nem mesmo se tem. 
Já dizia o Millôr Fernandes: "Procure ter sem que o ter te tenha." Não seja manipulado, guie. Não seja mandado, controle.
É vergonhoso querer ganhar pessoas com seres que não produzem vida; objetos, etiquetas e marcas são inanimados, pois é, sem sentidos e mortos. A felicidade que produzem tem prazo de validade e contentam-se com o fundo de um baú largado em qualquer canto do sótão.
Os objetos se opõem a razão do ser verdadeiramente gente, sensível e portador de sentidos.
Não seja peça de vitrine onde tudo reluz, contudo depende de holofotes que não lhe pertencem para aparecer.
Quimera não seja encontrar alguém que com ousadia ainda diga: "Presentes não me compram, etiquetas não me fazem".

EU ETIQUETA - Carlos Drummond de Andrade

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.

Abre Aspas - Aos namorados, com carinho



Gente, a coluna "Abre Aspas" mostra alguns textos do Autor do Mês.


Escreveu-me uma leitora aflita pedindo que eu a socorresse, posto que eu fora a causa involuntária do seu sofrimento. A leitura de um livro escrito por mim, A menina e o pássaro encantado, causara-lhe grande perturbação em virtude de coisas que ali digo através do bico do pássaro. Pois está lá dito que a saudade faz bem ao amor, pois que é justamente na dor da separação que o coração faz a operação mágica de re-encantar os amantes que o cotidiano só faz banalizar. Esta era a razão que sempre levava o pássaro, depois de um tempo de abraços e amassos, a dizer que era hora de partir, pois sem a saudade tanto ele quanto a menina perderiam o seu encanto e o amor acabaria. Imagino que minha leitora deve ter opinião semelhante à da menina que de forma alguma concordava com as razões do pássaro, o que a levou ao tresloucado gesto de comprar uma gaiola de prata onde encerrou o pássaro adormecido, pensando que, assim, viveriam em lua-de-mel sem fim. O final, quem leu o livro sabe, quem não leu que compre. Pois a leitora pergunta-me se é preciso que haja saudade para que o amor cresça. Saudade é um buraco dolorido na alma. A presença de uma ausência. A gente sabe que alguma coisa está faltando. Um pedaço nos foi arrancado. Tudo fica ruim. A saudade fica uma aura que nos rodeia. Por onde quer que a gente vá, ela vai também. Tudo nos faz lembrar a pessoa querida. Tudo que é bonito fica triste, pois o bonito sem a pessoa amada é sempre triste. Aí, então, a gente aprende o que significa amar: esse desejo pelo reencontro que trará a alegria de volta. A saudade se parece muito com a fome. A fome também é um vazio. O corpo sabe que alguma coisa está faltando. A fome é a saudade do corpo. A saudade é a fome da alma. Imagine, agora, você é doida por camarão. Só de falar em camarão a boca se enche d’água. Aí, movida pela fome de camarão, você resolve comprar camarão por um mês. Compra logo 50 quilos, dos grandes, e come camarão no almoço e no jantar. No começo é aquela festa. ‘Camarao à baiana, camarão à grega, camarão empanado, camarão à milanesa, bobó de camarão, risoto de camarão, camarão na moranga’. Pois eu lhe garanto que sua fome por camarão não vai durar uma semana. Ao final da primeira semana só cheiro do camarão vai provocar convulsões no seu estomago, e o que você vai querer, mesmo, é arroz, feijão, chuchu refogado, tomate e bife com batatas fritas. Diz um ditado que a melhor comida é angu com fome. Um amigo meu, faz muitos anos, ficou perdido por três dias na Serra do Mar – o aviãozinho em que viajava caiu na montanha. Por três dias ele nada comeu. Chegaram, então, ele e o seu companheiro, a uma casa paupérrima perdida no mato - a única coisa que a mulher tinha era fubá, que ele transformou em angu. Pois quando o angu ficou pronto o Miguelzinho – esse era seu nome – nem esperou pela colher: enfiou a mão no meio daquele maravilhoso manjar digno dos deuses e assim se saciou... Por isso a Adélia Prado, sábia poetisa, reza a Deus todo-poderoso: “não quero faca nem queijo; quero é fome”. Saudade é fome. Enquanto existir a fome, o angu será gostoso. Enquanto existir a saudade o amor será gostoso. Advirto-a, então: Se você tem idéias semelhantes às da menina da estória e planeja engaiolar o pássaro a fim de não ter saudade, na ilusão de que o amor pode viver de beijos e amassos, trate de livrar-se delas. Beijos e amassos são como camarão: deliciosos, excitantes. Mas, se servidos todo dia, enjoativos... Você invoca a raposa de O pequeno príncipe contra mim, pois que ela diz que a saudade só tem sentido se se sabe quando a pessoa amada volta. Aí, sabendo-se a hora da volta, começa-se o ritual da espera... Isso é muito verdadeiro e é muito bom. Mas vou invocar o Chico contra a raposa: “Saudade é o revés de um parto. Saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu”. O filho nunca voltará. Resta a saudade como manifestação do amor. O quarto que se arruma é um rito de amor, sabendo-se que a pessoa amada nunca voltará. Querida amiga: infelizmente o amor é feito com muitos “nunca mais” – a expressão mais triste que existe. Aí você pula de pássaro a sapo, perguntando-me se, no caso de o sapo não se transformar em príncipe no primeiro beijo, se se deve insistir com a beijação. Aqui cabem algumas observações. Primeira: Todo príncipe que é submetido a uma dieta de camarões sem trégua vira sapo. Segunda: Há sapos resistentes a beijo. Prova disso é a estória da princezinha que deixou cair no açude uma bola de ouro que seu pai lhe dera de presente (o rei era doidão, sem juízo). Ouvindo o choro da menina, saiu da água um enorme sapo de olhos esbugalhados que disse que lhe daria a bola de ouro se ela concordasse em dormir com ele. Até hoje sapos dizem a mesma coisa a meninas tolas, só que hoje não se fala em “dormir com” mas em “ficar junto”. A menina concordou, mas logo que se viu de posse da bola saiu em desabalada carreira, deixando para trás o sapo e os seus pulos. Mas o sapo não se deu por vencido. Foi ao palácio, chamou o rei, relatou o acontecido, e o rei, doidão e sem juízo como já afirmamos, obrigou a menina a dormir com o sapo. Se fosse hoje, evidentemente, ela fugiria para a Pachá. Quando o sapo se aproximou dela, ela teve tanto nojo que o pegou por uma perna e o jogou contra a parede. Foi zás-trás. Ao cair no chão o sapo virou um garboso príncipe. Assim é: há sapos que só se transformam em príncipes quando são jogados contra a parede. Tente essa técnica. Terceira: Se, após a magia dos beijos e a magia de se jogar o sapo na parede, o sapo continuar sapo, é porque ele é sapo mesmo. Não há magia que resolva. Nesse caso, a única solução é você virar sapa. Porque, se você for sapa, você achará o seu sapo um príncipe maravilhoso. Terão, então, muitos sapinhos. Você me pergunta sobre o que fazer quando o coração acredita firmemente que o sapo é príncipe e o sapo diz que ele é sapo mesmo, geneticamente, não sendo coisa de opção... O que fazer? Acho que é preciso desconfiar do coração. O coração é ótimo para amar. Mas, por isso mesmo, suas opiniões não são confiáveis. Muita gente acreditou firmemente que o Sol girava em torno da Terra e que o nazismo era maravilhoso. Pode ser que o sapo esteja dizendo a verdade. A vantagem do sapo é que ele nunca baterá as asas, como o pássaro. Muita gente prefere sapos a pássaros. Os sapos são mais confiáveis. A gente sempre sabe onde estão: no charco. Já os pássaros – onde estarão? Como é dolorido vê-los aprontando para a partida! A vantagem dos pássaros sobre os sapos é que eles são belos: seres indomáveis, selvagens. Uma pergunta: Por que é que você não deixa de ser a menina e transforma-se no pássaro? Bata as asas. Deixe o sapo esperando. Feito a Shirley Valentine. Quem sabe a magia acontecerá? Ainda não se testou o poder da saudade no coração dos sapos. Poder ser que funcione.


Livro: Retratos de Amor - Papirus Editora - p.77

Sabe de onde vem? - Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha



Essa frase foi criada pelo locutor esportivo Osmar Santos, um dos mais criativos narradores de jogos de futebol. Inconformado com os modos tradicionais de transmitir as partidas, ele foi inventando expressões que logo caíam na boca do povo. No caso, apesar da complexidade da frase, todos entendem seu significado: chute dado na bola com a parte exterior do pé. Não se sabe onde o famoso locutor se inspirou para criar a frase, mas é provável que juntando ripa, sinônimo de sarrafo, com chulipa, sinônimo de dormente de ferrovias, para designar a forma de se chutar a gorduchinha, isto é, a bola.

Fonte: De onde vêm as palavras - 2ª edição - Deonisio da Silva - Editora Mandarim
Crédito da foto: clique aqui

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Gramaticando - Por dentro das Palavras

Essa coluna mostra como devemos dizer e sanar nossas dúvidas com o português.


Vista as calças, ponha os óculos
Com os substantivos sempre no plural: não é obrigatório, mas é mais recomendável. Vestiu as calças, esqueceu-se de pôr os óculos e saiu sem colocar a peruca. Nada impede, porém, que você use uma calça larga. Mas não deve usar o óculos, e sempre os óculos, claros, verdes, azuis, ou da cor que você preferir. Aliás, o melhor mesmo seria nunca ter de usá-los. Mas nem tudo é perfeito: nem os óculos, nem as calças.


A dengue ou o dengue?
Depende. Como sinônimo de dengue, denguice, identificado conforme o contexto, com comportamento sedutor, ou astucioso, marcado de certa gestualidade, especialmente de representantes do sexo feminino, ou com meiguice, fragilidade, e ainda com manha e choradeira infantis, sempre frequentou o mercado verbal brasileiro como masculino: É difícil entender os dengues dessa menina! Não adianta vir com tantos dengues: seu pai está decidido. Usada para designar para a doença infecciosa transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a palavra ganhou frequência acentuadíssima com o caráter epidêmico e a ameaça da enfermidade. Com esse sentido, divide-se entre dois gêneros. Talvez por originar-se, com dois significados, do espanhol dengue, substantivo masculino, de origem duvidosa: para alguns especialistas seria apenas um vocábulo expressivo, para outros viria do quimbundo ndengue, 'recém nascido, choradeira, manha'. O feminino, entretanto, parece estar prevalecendo. Talvez por tratar-se de uma doença como a gripe. O tempo e o uso, se a doença não for erradicada, levarão a uma opção. Por enquanto, siga as instruções das autoridades sanitárias e não dê trégua ao mosquitinho.


Fonte: Livro Por dentro das palavras da nossa língua portuguesa - Editora Record - Domício Proença Filho

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

#HEIM?! - Significado de expressões brasileiras


Essa coluna tem por proposta dar o significado de expressões populares brasileiras.

#BoraAqui


Falar do alto dos seus tamancos:
 Pretender exibir uma autoridade ou valor que não realmente não tem.
Imagem 1


Encontrar a forma do pé:
Encontrar alguém que se ajuste aos seus desejos, planos e interesses. 2. Encontrar alguém que lhe dê o castigo merecido.
Imagem 2


Dar um bigode
1. Fazer melhor; dar uma lição para corrigir. 2. Matar a caça que o outro não acertou.
Imagem 3


Dar por paus e pedras
Praticar ou cometer desatinos; ter vida muito acidentada; andar sofrendo pelo mundo afora; desvairar-se; irritar-se muito; ficar furioso por qualquer motivo (...)
Imagem 4


Dar na malgueira:
Descobrir o que está escondido, sobretudo dinheiro; atinar som um posto oculto de observação sobre o procedimento de alguém.
Imagem 5


Dar nas canelas:
Fugir; ir-se embora: "Não tem limites para a frouxidão que faz o homem dar nas canelas e botar a alma no mundo..." (João Ubaldo Ribeiro, Sargento Getúlio, p.10)
Imagem 6

Botar chinfra:
Querer parecer importante.
Imagem 7


Botar cinzas nos olhos de alguém:
Enganar, iludir, lograr, burlar, mistificar, procurar enganar alguém.
Imagem 8



Botar cafanga:
Inventar defeitos; colocar defeito em alguém ou em algo.
Imagem 9


Sofrer mais do que pé de cego:
Estar sem dinheiro.
Imagem 10



Ser lasca do mesmo pau:
Diz-se de duas  pessoas muito parecidas entre si na maneira de pensar e de agir diante das dificuldades por que passam.
Imagem 11


Ser lido e corrido:
Ter ciência e experiência.
Imagem 12


Ser mais fácil chegar a um touro ao mourão que um bruto à razão:
Nunca conseguir dobrar o ignorante ou fazê-lo tornar-se menos estúpido, por mais que se tenha o poder de persuasão.
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E vocês, conhecem alguma expressão dessa?

Acompanhe, pois semana que vem tem mais!

Fonte: Dicionário de Expressões Populares da língua portuguesa - João Gomes da Silveira
Imagens: Imagem 1Imagem 2Imagem 3Imagem 4Imagem 5Imagem 6Imagem 7Imagem 8Imagem 9Imagem 10Imagem 11,  Imagem 12Imagem 13.

#PegaAê - Dicionário de Fobias

Essa é uma coluna que irá trazer indicações de livros bem diferentes, inusitados, funcionais etc

Que temos fobias e sentimos arrepios quando algo que não gostamos se aproxima é fato inegável.
Todos sentimos medos.
Mas você sabe o nome dos medos que você têm?
Hoje quero falar sobre um dicionário que achei meio por acaso. Estava em busca de outro tipo, todavia como tenho forte atração a diferentes dicionários, achei esse e logo tratei de tê-lo para chamar meu medo pelo nome e  quem sabe tratá-lo de maneira mais profunda.
Bem, o que livro propõe não é o tratamento desse mal, porém citá-lo e identificar mais outros que possamos ter.


O que o livro diz:

O Dicionário Igor de Fobias é o único léxico de referência para o tema fobias publicado até agora. Esta primeira edição, contém 1.029 verbetes e mais de 1.600 definições. Ele é a ferramente de trabalho para profissionais de saúde, comunicação, marketing e recursos humanos. De fácil compreensão, desperta curiosidade e interesse no público em geral. 
O domínio das fobias é determinante para a evolução humana. O primeiro passo, é identificar quais são e como as fobias estão em nós. Em seguida, é trabalhar, e as dominar. Afinal todos nós temos algumas delas, mas muitos nem sequer desconfiam disso. Fobias não identificadas impedem o desenvolvimento pessoal, social, mental e profissional.






Qual o nome de sua fobia?

Ablutofobia: de tomar banho;
Acrofobia: de alturas;
Adonisfobia: de pessoas musculosas;
Aerodromofobia: de viajar de avião;
Afrofobia: aos negros e mulatos;
Coulrofobia: dos palhaços
Novercafobia: da madrasta;
Muridofobia: de ratos;
Mitofobia: de mentira;
Misoneismo: ódio a novidade
Oftalmofobia: de ser olhado, observado;
Onicofobia: pessoas que roem as unhas;
Ocialfobia: de ser avaliado negativamente;
Penterafobia: da sogra
Teratofobia: de parir um filho com alguma deformidade

No livro tem esses e muito mais. Por favor, só peço que não tenham fobia de livros ou melhor bibliofobia. 

Onde encontrar:

Você pode encontrá-lo nesse site (que é confiável, comprei o meu lá): Livro Rápido - Venda
Ou se preferir leia no Google Books Dicionário Igor de Fobias


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Abre Aspas - Casamento: Tênis x Frescobol


Gente, a coluna "Abre Aspas" propõe a mostrar textos do autor do mês.




Tênis X Frescobol


Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos são de dois tipos: há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.

Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzsche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: ‘Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: ‘Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice?\' Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.’

Xerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme O império dos sentidos. Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa, conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer. Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: ‘Eu te amo, eu te amo...’ Barthes advertia: ‘Passada a primeira confissão, ‘eu te amo\' não quer dizer mais nada.’ É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética. Recordo a sabedoria de Adélia Prado: ‘Erótica é a alma.’
O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir a sua cortada - palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra - pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir... E o que errou pede desculpas; e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...

A bola: são as nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho pra lá, sonho pra cá...

Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Camus anotava no seu diário pequenos fragmentos para os livros que pretendia escrever. Um deles, que se encontra nos Primeiros cadernos, é sobre este jogo de tênis:
‘Cena: o marido, a mulher, a galeria. O primeiro tem valor e gosta de brilhar. A segunda guarda silêncio, mas, com pequenas frases secas, destrói todos os propósitos do caro esposo. Desta forma marca constantemente a sua superioridade. O outro domina-se, mas sofre uma humilhação e é assim que nasce o ódio. Exemplo: com um sorriso: ‘Não se faça mais estúpido do que é, meu amigo\'. A galeria torce e sorri pouco à vontade. Ele cora, aproxima-se dela, beija-lhe a mão suspirando: ‘Tens razão, minha querida\'. A situação está salva e o ódio vai aumentando.’

Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor... Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...


Fonte: Livro O retorno e terno, p. 51.


Obs.: Esse foi o primeiro texto que li do autor.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

#Mitou - Top 10 Revista Veja e The New York Times


Confira nessa coluna os livros que estão em destaque no Brasil e nos EUA.








Sabe de onde vem? - A pressa é inimiga da perfeição

Gente, a coluna "Sabe de onde vem" se propõe a mostrar a história por trás das frases que fazem parte do nosso cotidiano. Acompanhe e veja como e interessante.


Esta frase antológica passou ao acervo de ditos celébres pela pena do famoso jurisconsulto brasileiro Rui Barbosa de Oilveira ao comentar a rapidez com que se redigia o Código Civil Brasileiro, que trouxe em sua versão final preciosas anotações do mestre. Os detalhes sempre foram importantes, nas redações das leis como as obras artísticas . Ao longo dos carnavais, várias foram as escolas de samba que perderam pontos importantes pelo desleixos com pormenores. O águia de Haia, como era chamado, acrescentou que a pressa é também "mãe do tumulto e do erro"

Fonte: De onde vêm as palavras - 2ª edição - Deonisio da Silva - Editora Mandarim
Crédito da foto: clique aqui

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Falando Sobre - Racismo

Gente, essa é uma coluna que falará de diversos assuntos, alguns polêmicos outros somente para reflexão.
A intenção é buscar maior dados e ver como coisas do passado ainda se fazem presente no meio de nós.



 Conceito: Raça 
Para a ciência: uma única raça, a raça humana.
Para os brasileiros, apesar da miscigenação: várias raças

Tempos:
Idade Moderna (mundo europeu): 
era afirmar pertencer a uma linhagem. Nesse período foi criada a tese monogeista, que afirma a existência de uma única raça humana descendente de Abraão, e praticamente não havia a ideia de inferioridade racial. Isso não significa, no entanto, que não houvesse etnocentrismo (definição clique aqui) e discriminação com base em características físicas.

Século XVI:
a origem do pensamento que entende a humanidade a partir de raças diferentes e na formação dos Estados nacionais europeus, que começaram a enfatizar as diferenças e linguísticas internas. Porém, para outros autores foram os iluministas que cunharam as primeiras doutrinas racialistas, dando origem no século XVIII a outra hipótese racial, a poligenista, que defendia a existência de diversas raças humanas.

Século XVII e XVIII:
os iluministas defendiam raça como um grupo humano cujos membros possuíam características físicas comuns. Tal teoria voltou-se para a crença de que a raça não era apenas definida física, mas moralmente, bem como que as diferenças físicas acarretavam diferenças mentais hereditárias. Assim, a distinção do mundo em raças correspondia  à divisão do mundo em culturas, e o comportamento do indivíduo era definido pelo grupo racial ao qual ele pertencia. Além disso um sistema de valores universal classificaria as raças em superiores e inferiores.

Século XIX:
Charles Darwin com o darwinismo social , que lastreada na teoria da evolução e na seleção natural afirmava não só a diferença de raças humanas, mas superioridade de uma sobre as outras. A partir do darwinismo social, desenvolveu-se a eugenia, que enaltecia a pureza das raças, a existência de raças superiores e desacreditava a miscigenação. Tal foi a base científica do racismo.

Século XX:
o preconceito racial cresceu dando origem a perseguições, como a levada a cabo pelo partido nazista na Alemanha do entre-guerras, e à restrição dos direitos dos negros no sul dos Estados Unidos até a década de 1960. Na segunda metade do século XX, apesar do racismo ser condenado na maior parte do mundo, inclusive no Brasil, onde é ilegal e criminoso, ele continua a existir socialmente com grande força. E se o racismo existe é porque a sociedade que o abriga admite a existência de raças. Assim, apesar de condenarmos o preconceito  racial, nossa cultura continua acreditar nas teorias racialistas que deram origem a ele. 

Racialismo e Racismo:
Racialismo: é o estudo das diferentes raças humanas.
Racismo: é a aplicação prática dessas teorias, que acredita em raças superiores e cria mecanismos sociais e políticos para reprimir as raças consideradas inferiores.

Cor e Raça:
Para os eugenistas, apesar de terem a mesma cor branca, os germânicos seriam superiores aos judeus e aos eslavos.
Minha opinião:
Não tem sido raro os casos de racismo que a mídia tem mostrado. Na maioria da vezes, tem ganhado mais repercussão por se tratar de pessoas famosas. 
A questão é delicada e atinge as mais variadas classes e cores de pele. 
Isso mesmo por mais que seja esquecido não são só os negros a serem marginalizados. 
Basta uma visita ao salão de beleza para que a morena de horas atrás, torne-se loira e esqueça sua beleza no balcão de pagamento. Se é nascido no Norte ou Nordeste do país seu nome é consagrado Paraíba e discriminado nas posições que ocupa na sociedade, afinal para ser porteiro tem que ter esse pré-requisito. 
Duas pessoas se apaixonam, suas cores se misturam, seus corações tornam-se um só e o filho é aquele negrinho filho daquela branca que é gente e de um pai que é um negro macaco. 
Se ruiva, essa é chamada de ferrugem, cabelo de fogo.
E o albino então, floco de neve, translúcido.
E o que falar quando esses alvos da injúria e da desumanidade, através da luta conseguem status na vida?
Ao negro se diz: - Roubou um banco;
A loira: Bancada por um velho endinheirado;
Ao "Paraíba": lavou muito prato para chegar até aí; deve ter sido o único a ter tirado sorte grande.
E por aí vai... Só de falar me dá indignação.

Quando esse indivíduo pratica tamanha crueldade e executa esse ato estúpido declara-se ignaro, afinal esse nega sua origem e desconhece sua história e passado. Escolheu ser medíocre.
Como avaliar a fundamentação desse preconceito quando sua matéria é composta da mesma coisa. Como disse de maneira feliz a Rachel Sheherazade: - "Debaixo do verniz somos todos a mesma coisa."
Recado a vocês que sofrem com esses vitupérios: esses indignos não me representam como raça humana.

Para finalizar cito Léopold Senghor, poeta do Senegal:

HOMEM DE COR


Querido irmão branco:


Quando nasci, era negro


Quando cresci, era negro


Quando o sol bate, sou negro


Quando estou doente, sou negro.


Quando morrer, serei negro.


E enquanto isso, você:
Quando nasceu, era rosado.
Quando cresceu, foi branco.
Quando o sol bate, você é vermelho.
Quando sente frio, é azul.
Quando sente medo, é verde.
Quando está doente, é amarelo.
Quando morrer você será cinzento.
Então, qual de nós dois é um homem de cor?


Fonte de pesquisa: Livro Dicionário de Conceitos Históricos - Silva, K Silva, M.


Crédito da fotoclique aqui

Mês do Autor - Rubem Alves

Gente, primeiramente o "Mês do Autor" é uma coluna em que se propõe um maior contato com outros autores e também deixar minha experiência relacionado a esse que foi sugerido.





O desse mês será o Rubem Alves, que para mim é conceituado como um poeta-menino.
Que pureza e leveza ao escrever. Ele transcorre por vários tempos e temas de maneira sutil, precisa e profunda.
Falava manso e se propôs durante a vida a seguir a vocação de ser professor de desconhecidos e um amante da vida que trazia vitalidade através de suas palavras. Faz brotar ipês amarelos nos solos mais inférteis.
Depois desse contato com sua obra e provavelmente coração, nunca mais fui a mesma. Suas palavras me emocionam e fazem muito sentido quando em dúvida e descrença me encontro. Sua vida tem grande influência na minha. Ás vezes, desejo todos os dias que "tudo dê errado" para que eu descubra quem eu sou de verdade e venha fazer diferença na vida das pessoas. Porque foi isso que com ele aconteceu. Tudo deu errado e ele tornou-se nosso Rubem Alves.


Quem foi:

Foi um psicanalista, educador,teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros religiosos, educacionais , existenciais e infantis. É considerado um dos maiores pedagogos brasileiros de todos os tempos, um dos fundadores da Teologia da Libertação e intelectual polivalente nos debates sociais no Brasil. Foi professor da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).


Como eu o conheci: 

Eu o conheci através de um livro da Martha Medeiros, jornalista e escritora que respeito e gosto muito.
No texto dela, falou com carinho desse encantador de palavras; de todos os citados esse me chamou mais a atenção.

Sua morte:

Rubem Alves faleceu em 19 de julho de 2014, em Campinas, por falência múltipla de órgãos. O corpo foi velado no plenário da Câmara Municipal de Campinas, no interior paulista, cidade onde o escritor mineiro morava. Como pedido, seu corpo foi cremado em Guarulhos e as cinzas espalhadas sob um ipê amarelo.

Quando li a notícia da sua morte senti muitíssimo. Nunca havia entendido como era perder um ídolo. Quando pessoas falavam de Ayrton Senna imaginava que representasse muita coisa, porém não sabia falar com propriedade dessa mesma dor de perder alguém que tanto se admira. Foi quando no dia 19 de julho eu fui surpreendida e a razão dera lugar a emoção. Meus olhos tornaram-se pesados - não resistindo, copiosamente e com saudades chorei. Percebi que o legado que ele se propôs a deixar vingou, aprendi que para sentir e fazer história nessa vida não podemos ter olhos enxutos. E mais, sermos gratos e ter por escolha um caso de amor com a vida (como também disse Robert Frost) .
Sinto muito por não ter podido conhecê-lo pessoalmente. Mal sabia ele que éramos amigos, mestre e aprendiz.


Livros que eu tenho:


Pimentas

Perguntaram-me se Acredito em Deus

Variações Sobre o Prazer

O velho que acordou menino

Filosofia da Ciência

Ostra feliz não faz pérola

Paisagem da Alma

Do universo à jabuticaba

A arte de ser feliz


Redes Sociais:

Seguem links abaixo sobre a página oficial em que eu tenho acesso:


Facebook - Rubem Alves Oficial - Seus pensamentos, eventos e projetos


Loja Rubem Alves - Aqui você pode ter acesso a todo seu acervo e projetos.


Fontes: 

Imagem clique aqui

Sobre a morte e quem foi clique aqui


Então é isso, nada melhor do que começar com esse célebre autor. Espero que você também tenha tido essa experiência. Se já o conhece e tem algo que o marcou muito deixe nos comentários.

domingo, 31 de agosto de 2014

Eu na Bienal 2014 - SP

Gente, meu primeiro dia na Bienal foi na sexta-feira 22/08. Foi muito marcante porque além de ser praticamente a minha primeira Bienal, como já falei em outro post (para saber mais clique aqui ), 
encontrei com meu autor preferido, tive acesso a alguns e fui recompensada por não encontrar um outro.

Bem, vamos por partes! #BrunaJackestripador

Os dias que fui para a Bienal:

Sexta 22/08


O que fiz:

Conheci o Mario Sergio Cortella, que por sua vez é um amor de pessoa, extremamente humano, sem frescuras. Falou com todos e permitiu que quem não tivesse livro também tirasse foto com ele. 
Lotou a Arena Cultural. Eu fiquei sem palavras perto dele. rsrs Ele autografou todos os meus livros. \o/

O que comprei:

Trilogia Provocações Filosóficas - Mario Sergio Cortella -  R$ 48,00
Rubem Alves:
Paisagens da Alma - R$ 19,90
Do universo à Jabuticaba - R$ 28,90
Pimentas - Para provocar um incêndio, não é preciso fogo - R$ 24,90
A grande arte de ser feliz - R$ 24,90


Sábado 23/08
O que fiz: 

Andei bastante, enfrentei filas quilométricas e não fui feliz em comprar livros físicos. Tive a presença de um grande amigo também.
O que comprei:
Comprei um Kindle Paperwhite  que substituí pelo meu antigo o Kindle modelo simples. R$ 379,90

Quarta 27/08
O que fiz:

Fui assistir a palestra do Luiz Felipe Pondé. Foi curta e ele tratou do seu novo livro " A era do ressentimento". Não teve autógrafos.

 O que comprei:


História da Literatura Ocidental - Sem as partes chatas -  R$ 46,40
Filosofia em quadrinhos para principiantes - R$ 21,40
Fernando Pessoa  - O livro das citações - R$ 17,62
Me ajude a chorar - R$ 17,62
Evanildo Bechara  - Mini dicionário da Língua Portuguesa - R$ 15,00
Capitu Mandou Flores - R$ 15,00

Quinta 28/08
O que fiz:
Fui com a pretensão de conhecer o Fabrício Carpinejar, maaaas ele já havia ido embora. A editora Record para se desculpar que o evento foi adiantado me "presenteou" com quatro ingressos mais um desconto de 25%.
 O que comprei:


Palavra de Vitória - Silas Malafaia R$ 15,00
Bíblia Sagrada - Letra Média  -  R$ 10,00
Os Pensadores - Platão -  R$ 5,00
O problema do sofrimento -  R$ 10,00
Com Jesus na escola da vida -  R$ 10,00

Domingo 31/08
O que fiz:


Fui acompanhar o último dia do evento. Sem querer acabei conhecendo o Laurentino Gomes e ganhando um autógrafo.
Minha intenção não era combinar com o livro. hehehe

 O que comprei:

Vastas emoções e pensamentos imperfeitos - Rubem Braga - R$ 10,00

Enfim,
Chegou ao fim a Bienal. Aproveitei bastante. Agora é só esperar a próxima!
Não deixe de contar sua experiência aqui embaixo. :D
Beijos e seja feliz!